um pouco mais do que quero ser :)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A minha porta era larga, alta, arreganhada. Estava sempre à disposição da minha própria saída. Eu escutava de tudo, até as piores coisas que me influenciava a desistir daquela casa.
Casa bonita viu? Arejada, saudável, tranquila por sinal. Na verdade quando adentrei aquele lugar, estava com um pouco de medo, talvez de me acostumar com tanta hospitalidade, cuidados, que seria praticamente impossível abandonar o lugar.
Mais entrei, de ponta de pé, calada, observando todos os móveis, todos os metros, tudinho. E me deparei com um dos lugares que eu mais almejo em um lar: O quarto. O único quarto dos aposentos. - Era claro, úmido, enorme. O coração da casinha bonita. Mais faltava algo, sabe quando você compra uma camisa? E essa camisa é grande, meio folgadinha, de um tom bege, mais precisa de um complemento, um acessório pra dar o ar da graça ? Era assim. Como a vestimenta, o quarto faltava algo. E o pior, considerava como o órgão que movimentava todo o resto, então sendo assim não poderia ter falhas.
Ignorei qualquer detalhe que pudesse acabar com a minha mordomia, e assim organizando da minha forma. O vento soprava, abria as janelas, e eu pus uma persiana. A cama ficou por anos encostada naquele canto, e eu a troquei de lugar. Os armários eram antigos, de madeira. Pintei cada um manualmente e com cores. Só que uma coisa ainda me incomodava. - A pingueira do teto.
Quando não chovia estava tudo bem, mais era aparecer a primeira tempestade que o meu quarto insistia inundar ; e eu com minha falta de paciência relutava contra o vazamento, e quanto mais pingava, eu pensava em desistir.
Até hoje isso acontece, e não abdiquei, não abri mão da minha casa. Estou com ela, e pode vir uma onda de tsunami cobrir o meu teto, e mesmo assim estarei suportando a pingueira. Nanda Oliveira

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